Ivani Maldaner é pioneira em Casa Grande. Saiu do meio rural no Rio Grande do Sul para se estabelecer no meio rural do Distrito Federal. Aqui se tornou agente de segurança comunitária e comerciante, proprietária de um armazém rural. Repórter – Poderia nos contar sua história? Ivani - Nasci no dia 29 de abril de 1957, em Tapera, Rio Grande do Sul. Éramos nove filhos e a terra onde morávamos e trabalhávamos era pequena. Meu pai decidiu que devíamos enfrentar o mundo e procurar mais espaço para produzir. Então, em 1980, chegamos a Brasília e alugamos a fazenda Monjolo que hoje faz parte do núcleo rural Casa Grande. Como éramos muitos irmãos alugamos terra também no núcleo rural Rio Preto e em Unaí, Minas Gerais, onde cultivamos soja durante 17 anos. Depois compramos duas chácaras em Casa Grande. Uma é essa onde moro, há oito anos, com meus dois filhos. Repórter – O que vocês fazem aqui agora? Ivani – Trabalhar com lavoura já não dava mais. Meu pai faleceu em 1986 e nossa família se dispersou. Eu fiquei aqui e comecei a mexer com comércio, juntamente com meu marido que também faleceu. Começamos do nada, com dinheiro emprestado, mas hoje, graças a Deus, vivemos bem. Repórter – Como é sua participação no movimento comunitário de Casa Grande? Ivani – Participo de tudo, vou a todas as reuniões. Sou presidente da comissão de segurança comunitária. Lançamos um projeto que vem dando certo há mais de 7 anos, em parceria com o 9º Batalhão de Polícia Militar do DF. Nós mantemos a viatura e o telefone celular usados pelos policiais que fazem rondas ostensivas em Casa Grande. Ainda temos casos de violência, como furtos e assaltos a mão armada, mas a incidência é bem menor que nos outros lugares. Repórter – O que você acha de Casa Grande e o que gostaria para o futuro do lugar? Ivani – Adoro este lugar. Meus filhos nasceram aqui e já criamos raízes. Nessa semana cheguei de um passeio pelo Rio Grande do Sul. O passeio serviu para confirmar minha opinião de que devemos continuar morando aqui mesmo. Hoje sou a primeira tesoureira da associação e quero cada vez trabalhar mais por essa comunidade que amo. A minha vontade é que as chácaras nunca sejam parceladas, permanecendo uma para cada família. Se for assim, dificilmente encontraremos padrão de vida tão bom quanto o que temos aqui. Mas isso depende da união da comunidade e da produtividade das chácaras. |
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