Ao lado da igreja São Francisco de Assis existe uma cruz com um significado muito especial para a comunidade de Casa Grande. Repórter - Professor Aníbal, o que tem de especial esta cruz? Aníbal - Hoje, neste dia 24 de janeiro de 2006, estamos aqui em minha chácara vendo este céu totalmente azul, o sol causticante e a baixa umidade do ar. Se não me engano foi em 1984 que nós tivemos uma seca muito grande aqui em Casa Grande. Todos os poços e cisternas secaram. Temos em nossa comunidade muitos mineiros, como a dona Zulmira, caseira da dona Geralda, que era lá de perto de Diamantina, Virginópolis, Guanhães, Peçanha, Divino, por ali. Nessa região há uma tradição de que quando falta chuva a gente faz uma peregrinação até o cruzeiro, fazendo penitência, levando flores e água. Ao chegar ao cruzeiro a gente deposita as oferendas, em oração. Pois a dona Zulmira deu a idéia de fazermos essa procissão até o cruzeiro, para pedir chuva. Mas não havia cruzeiro. Então o companheiro José Mario Calvoso (que Deus o tenha na glória), muito religioso, se prontificou a fazer o cruzeiro. Repórter - Feita a cruz já podia se fazer a peregrinação. Quando e como se deu? Aníbal - Num dia de domingo, sol causticante, pleno meio dia, saímos em procissão de pés no chão, carregando água e flores, e fomos até a escola onde foi instalado o cruzeiro. Aí eu fiz uma espécie de oração e explicação dizendo ao pessoal o seguinte: ‘Olha, nós acabamos de fazer um ato pedindo chuva a Deus. Se Deus não mandar chuva agora, não vamos perder a fé, nem desanimar. Quem sabe ele está testando a nossa fé, a nossa constância, a nossa perseverança. Vamos voltar para casa e, no próximo domingo, faremos outra procissão’. Todos se despediram. Lembro que a Dione estava penteada, com laquê no cabelo. O céu continuava totalmente límpido. De repente, quando estávamos mais ou menos na frente de onde hoje é a casa de recuperação, caiu um ‘pé-d água’, uma chuva fortíssima que molhou todo mundo. O cabelo da Dione desceu e a deixou parecida com um pinto pelado. Este fato miraculoso é testemunhado por todas as pessoas presentes. Muitas delas estão por aqui ainda hoje. A cruz que está ao redor da igreja tem essa história. Deus nos atendeu com a chuva e permitiu que construíssemos a igreja de São Francisco, que tem uma grande atração entre a população do Distrito Federal. Logo, espero, atrairá a atenção das populações de várias partes do Brasil. |
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