ara falar da escola hoje, se entrevistou Dílson Geraldo Borges, seu atual diretor. Repórter - Quem é Dílson Geraldo Borges? Dílson - Sou diretor desta escola desde o final de 1999. Cheguei em 1998, como professor. Vim para Brasília ainda criança, por isso me considero candango. Fiz licenciatura em história e geografia e pós-graduação em administração escolar. Repórter - Quais as estatísticas da escola em número de alunos, professores, auxiliares... ? Dílson - Ao todo temos pouco mais de 700 alunos. Da educação infantil até a 4ª série são aproximadamente 260. Da 5ª à 8ª são mais de 310. No ensino médio são entre 130 e 140 alunos, em três turmas. Temos 37 professores efetivos e 10 professores com contrato temporário. Entre o pessoal de apoio são 15 funcionários. O número varia entre 60 e 70 funcionários, contando professores e auxiliares. Repórter - Como é administrar esta escola considerando o histórico que ela tem? Dílson - Pelo que conheço das outras esta é uma escola ímpar. Está muito ligada à comunidade. A associação dos moradores tem vínculos com a escola e juntos desenvolvemos vários projetos. Ela foi implantada pela comunidade que a cultivou e se mantém muito presente. Sempre digo que esta é uma ‘pequena grande escola’. O espaço físico é pequeno, mas o trabalho realizado é imenso. O público alvo é heterogêneo e os professores possuem diferentes formações, mesmo assim mantemos o ambiente em equilíbrio e harmonia. Contamos muito com o apoio da comunidade, em especial com o apoio do professor Aníbal. Repórter - Como se dá, na prática, o envolvimento da comunidade com a escola? Dílson - Mais de 90% dos alunos são filhos de caseiros, sendo poucos filhos dos proprietários das chácaras. Em todos os eventos que realizamos a comunidade comparece massiçamente. Participam das reuniões, dos eventos cívicos, trazem verduras e temperos para enriquecer o lanche dos alunos, ajudam a reformar as instalações, apresentam sugestões e críticas. Noutros lugares se constata que o envolvimento não é tão intenso. Repórter - Como a participação da comunidade contribui para a formação dos alunos? Dílson - Quando os pais valorizam a escola os alunos ficam mais motivados. Temos experiências comprovadas de que essa participação gera um desempenho maior entre os alunos, porque eles se sentem mais protegidos e comprometidos. Evasão e repetência ocorrem em índices mínimos. O fato de conhecermos o aluno e seus pais possibilita um atendimento personalizado. Aqui os alunos não são chamados pelo número, mas pelo nome. Tudo isso ajuda no resultado final da aprendizagem. Repórter - A escola possui equipamentos e recursos necessários? Dílson - Com o crescimento do número de alunos conseguimos melhorar muitas coisas, inclusive os recursos pedagógicos. Hoje está tudo muito tecnológico. O professor precisa mais do que giz e pincel para dar aula. Temos DVD, vídeo cassete, projetor, equipamento de som, etc. Estamos inaugurando uma sala de múltiplas funções onde é possível dar aulas diferenciadas. Ganhamos o prédio que era da ‘saúde da família’, o reformamos, e nele funcionam duas bibliotecas em todos os turnos: uma de livros didáticos e outra de literatura em geral, que atendem também a comunidade. Repórter - Quais os destaques da escola no meio estudantil? Dílson - Tivemos vários destaques. Em 2004 formamos a primeira turma de ensino médio e dois alunos passaram no ENEM, com bolsa de 100% em faculdades particulares, para cursos de ciência da computação. Fomos premiados várias vezes por projetos pedagógicos desenvolvidos aqui. Em dezembro de 2005 uma aluna nossa ficou em segundo lugar no concurso de redação da rede pública de ensino. Estamos efetivamente inseridos no contexto educacional do Distrito Federal, sem nenhum problema e até mesmo com alguns destaques. Repórter - No que a escola poderia melhorar? Dílson - Temos uma esperança bem grande de ampliarmos a escola. Em 1999, quando assumi a direção, tínhamos 12 turmas. Em 2006 iniciamos o ano letivo com 27 turmas. Muitos criticam o fato de aumentarmos o número de turmas sem aumentar o número de salas de aula. Mas a culpa não é nossa: a comunidade cresceu e nós temos que atender. A orientação da Secretaria de Educação é colocar as crianças na escola e a gente coloca. Hoje buscamos apoio de alguns políticos e da própria secretaria para construirmos mais três salas de aula. Isso melhoraria ainda mais nossa escola. |
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