Cantineira de sucesso

Esmeralda Isabel de Arruda foi a primeira caseira em Casa Grande. Depois virou proprietária de duas chácaras. Vendeu uma delas para realizar seu sonho de morar na cidade, mas mantém vínculos familiares e comerciais em Casa Grande.

Repórter – Poderia nos dar seu depoimento?

Esmeralda – Cheguei aqui em 1981, com dois filhos pequenos, para ser caseira do seu Augusto. Nós chamava ele de português. Era gente boa demais! Depois de três anos ele vendeu a chácara e nós mudamos para a chácara o doutor Carlos Edreda que me autorizou e eu abri um boteco na beira da pista em frente à chácara dele. Vendia vela, arroz, feijão, bombril, cachaça... e trabalhava para ele que quase nem aparecia aqui. Um dia chegou e disse: ‘Esmeralda, vim oferecer minha chácara para você comprar, por 7 mil cruzeiros’. O preço era bem em conta, mas de onde eu ia tirar o dinheiro? ‘Dou um prazo de 90 dias para você me ligar. Se não ligar, no dia seguinte ponho anúncio no jornal’, ele disse. Fiquei doida. Comecei a fazer o possível e o impossível para juntar o dinheiro. Não comprava mais nada, só vendia. Juntei tudo o que tinha. Antes de vencer o prazo eu tinha juntado o dinheiro e liguei para ele. Só acreditou quando chegou e eu lhe apresentei a quantia. Pegou o dinheiro e disse: ‘nunca vi uma mulher tão forte desse jeito! Sem emprego, sem estudo, vendendo dose de cachaça e balinha!’. Eu respondi: ‘doutor Carlos, espero que esse dinheiro cresça na sua mão como leite no fogo’. Depois meu comércio aumentou e eu comprei mais uma chácara onde hoje mora minha filha. A minha chácara eu vendi para comprar uma casa no P Norte, onde moro. Meu sonho era ter uma casa na cidade.

Repórter – O que você faz hoje?

Esmeralda – Sou proprietária da cantina comercial da Escola Classe Casa Grande. Quem vê não dá nada por ela, mas se eu lhe contar o movimento que eu faço ali você não acredita. Eu confio muito em Jesus. Minha cantina dá uma renda muito boa. Vejo Casa Grande crescer, tem uma igreja maravilhosa, telefone, asfalto, salão... Agradecemos tudo isso a Deus e ao seu Aníbal que sempre esteve na frente dessas obras todas. Sou a mulher mais feliz do mundo, porque tudo que pedi a Deus eu consegui.

 

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