Alimentos embutidos

José Guimarães Maia nasceu em São Gonçalo do Pará, Minas Gerais, e veio para Brasília em 1977. Mudou-se para Casa Grande em 1994, para instalar, juntamente com dois cunhados, a Suinocultura Buritis, indústria de carnes, lingüiças e embutidos em geral. É a primeira agroindústria implantada em Casa Grande.

Repórter – Como foi isso?

Guimarães – Éramos três sócios: eu e dois cunhados. Depois de seis meses funcionando sem nenhuma autorização, finalmente conseguimos o alvará na Administração Regional do Gama. O argumento das autoridades é que aqui não tinha licença para implantar qualquer empresa regulamentada porque a Terracap reivindicava a posse da área. Por fim, o governador Roriz assinou o Decreto 476, permitindo que regularizássemos a situação.

Repórter – Porque escolheram Casa Grande para implantar a Suinocultura Buritis?

Guimarães – Porque Casa Grande é um local que não pertence a nenhuma área de preservação ambiental. Pesquisamos outros lugares, mas onde nos interessava não era permitido implantar agroindústria. Nossa atividade é considerada poluente.

Repórter – Vocês criam porcos aqui mesmo?

Guimarães – Não, a chácara é pequena para isso e causaria mau cheiro. A produção de porcos é longe daqui. Temos aproximadamente 60 matrizes, o que é pouco para nossa demanda. Compramos suínos de outros produtores. Abatemos, industrializamos e entregamos a produção no mercado de Brasília. Inicialmente trabalhávamos juntos, mas depois preferimos separar a sociedade. Contudo, mantemos

nossas indústrias dentro de Casa Grande. Hoje existe a Suinocultura Buritis, a Guimarães Indústria de Carnes e Derivados e a Suinoaves, do Elias.

Repórter - Qual é o volume médio da produção?

Guimarães – Somos pequenos produtores. Quando a Sadia, a Seara e a Perdigão resolvem promover seus produtos nós não vendemos. Nossa produção é relativa, com dias em alta, outros dias em baixa. Na minha empresa trabalham 11 funcionários.

Repórter – Qual sua participação no movimento comunitário de Casa Grande?

Guimarães – Participo no que posso. Ajudei no asfalto, na igreja e no centro comunitário. Não quero que Casa Grande vire um núcleo habitacional ‘Vicente Pires II’. Isso estragaria nossa água e acabaria com a tranqüilidade. A especulação imobiliária é grande: depende do governo proibir o parcelamento e depende de nós desenvolvermos atividades compatíveis com a região. Se todos decidirmos isso aqui não será loteado.



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