Repórter – A senhora mora em Casa Grande? Ivone – Não, moro no Plano Piloto, mas estou sempre por aqui. Acompanho o Aníbal desde quando começou esse trabalho em Casa Grande. Ajudei plantar, fazer os mutirões, a mobilizar para implantar a luz, a escola, o asfalto, etc. Repórter – Acompanhou porque gostava ou porque ele não lhe dava outra opção? Ivone – Eu sempre o ajudei desde que cheguei a Brasília. Ele era bibliotecário, mexia com a associação dos bibliotecários e colocava a família toda para ajudar. Não fazia nada sozinho. Somos muitos irmãos, quatro aqui no Distrito Federal. Repórter – O que a senhora acha de Casa Grande? Ivone – Hoje Casa Grande mudou completamente, está bem estruturada. Acho que valeu o trabalho. Quando o Aníbal chegou, aqui havia um menino que andava rastejando pelo chão, o Marquinhos. Ele e a Dione o ajudaram a se recuperar e hoje o Marquinhos anda sem nenhum aparelho, é casado, tem emprego. Isso é bastante simbólico de como se ergueu essa comunidade e de como pode se erguer o ser humano. A construção da escola trouxe mais luz que a energia elétrica. Numa reunião uma senhora que não sabia ler, apontando para uma lâmpada disse: ‘seu Aníbal, a escola é aquela luzinha’. A alfabetização melhorou 100% a região e hoje tem até o segundo grau |
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