Fiel escudeiro

Nascido em Conselheiro Lafaiete/MG, Helio Lotti Vieira conheceu o professor Aníbal aos 12 anos, no seminário dos salesianos de São João Del Rei, e o acompanha até hoje.

Repórter – Como você conheceu o professor Aníbal?

Lotti – Chegamos numa época em que eram arrebanhadas muitas vocações e mandadas para lá. Quando o Aníbal chegou o seminário estava superlotado e ele foi mandado para um colégio agrícola, também dirigido pelos salesianos, até que se abrissem novas vagas. Nessa escola ele estudava pela manhã e trabalhava na roça à tarde. Deveria se sentir bem ali, porque, como ele mesmo diz, era um ‘coió da roça’. Em 1942 foi transferido para o seminário, quando nos conhecemos. Estudamos juntos até nos formar. Ele não chegou a se ordenar padre, mas eu exerci o sacerdócio durante 12 anos. Quando desisti da vida sacerdotal eu estava em Brasília e ele também, então continuamos nos integrando.

Repórter – Como Casa Grande apareceu em seu caminho?

Lotti – Vim com o Aníbal pela primeira vez quando ainda estavam abrindo as ruas, lá por volta de 1980. Aqui era praticamente intransitável, não existia nada. Na época ele contraiu essa doença chamada Casa Grande, da qual nunca mais se curou. Sem outro remédio eu o acompanho e, volta e meia, dou minha colaboração. Sou professor de português, então, freqüentemente redijo o editorial e reviso os textos do boletim Casa Grande o qual, na minha avaliação, confere projeção ao núcleo no Distrito Federal e no Brasil.

Repórter – O que você vislumbra para o futuro de Casa Grande?

Lotti – O que foi plantado aqui jamais morrerá: uma comunidade formada, sólida e estável. Isso que se conquistou não se perde. Podem acontecer altos e baixos, mas isso aqui não se perde nem se extravia. Agora estamos vendo a questão do Plano de Desenvolvimento e Ordenamento Territorial (PDOT), onde tentaram transformar Casa Grande em expansão do Recanto das Emas. Mas a comunidade tem união e força suficiente para reverter a situação.

 

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