Por quê assumimos a Diretoria da Associação? 

Casa Grande atingiu praticamente o apogeu de seu desenvolvimento e o ápice de benesses que poderia ter. Levamos vinte e oito anos para conseguir este status. Podemos nos orgulhar de aparecer na mídia falada, escrita e televisionada por conta da Igreja mais bonita, da comunidade mais participativa, pela criação do programa “Adote uma Nascente”, pelo respeito ao meio ambiente e à natureza que aqui existem, por conta de nossa reforma agrária ter sido a mais pacífica e sem sangue da historia, pela nossa comunidade saber fazer escola, luz, asfalto, Igreja, agroindústrias, por sermos o local da única corrida rural da Brasil ou pelo nosso Boletim Informativo que tem 28 anos de edições ininterruptas.

Para perder tudo isto, porém, bastaria apenas um instante, um piscar de olhos, talvez menos de seis meses. As chácaras valorizaram-se imensamente nos últimos anos, sendo vendidas hoje por até vinte vezes o seu preço original. E se os inimigos de Casa Grande tivessem recebido o comando da Associação e implantado aqui seus intentos que visam unicamente os parcelamentos e a ganância, estas mesmas propriedades não conseguiriam ser vendidas, sem parcelá-las, nem pela quantia pela qual foram compradas. Não podemos esquecer, também, que com os parcelamentos surgem problemas com a falta de segurança e a intranqüilidade. Ao invés de ter tudo o que conquistamos, seríamos um núcleo como qualquer outro do Distrito Federal, sujeito às mazelas de toda ordem, crimes e violência de todos os quilates engendrados pela mente humana. O amor e a paixão pelo que construímos juntos, durante os vinte e oito anos aqui em Casa Grande, venceram e nos levaram a reassumir, novamente, o sacrifício e a cruz da presidência da Associação e de exigir, de cabeça levantada, peito estufado e com ufania, convicção e firmeza de voz que os Companheiros de chapa,
Dr. Arlindo Kunzler, Paulo Roberto, Vanildo, Maria Rodrigues, Clis, Jairo, José Malaquias, Luiz Antonio, Eliezer, Francisco, Josenilda e outros fizessem o mesmo, com ou sem anuência da família. Venceu o amor compromissado e uníssono de um grupo que tem como mira não a Igreja ou a Associação, mas Casa Grande. Portanto, que os velhos companheiros e, sobretudo, os novos, que não sofreram as agruras e os percalços da longa caminhada que percorremos, que encontraram tudo pronto, sobretudo uma filosofia que encanta governos e sociedade, venham somar conosco com o apoio moral, a presença física, ou, ao menos, com a colaboração financeira, concretizada no associar-se à Associação e a nós. Aníbal Rodrigues Coelho

Lixo é o termo usado, de maneira geral, para designar qualquer material considerado inútil, supérfluo ou sem valor, gerado pela atividade humana, e o qual precisa ser eliminado. Com o aumento da população local, passamos a enfrentar situações comuns aos grandes centros urbanos, incluindo o grande acúmulo de resíduos sem tratamento e espalhados ao longo da via principal (VC-341) e demais ruas. E é justamente quando descartamos o lixo que surgem os problemas: acondicionamento incorreto, dispensação em hora e local inapropriados, baixo índice de reciclagem e, principalmente, falta de bom senso são apenas alguns dos males enfrentados aqui no Núcleo Rural Casa Grande.
Há bastante tempo é divulgado, inclusive aqui no Boletim Informativo, os dias e horários da coleta feita pelos caminhões. Mas, só isso não está mais adiantando. Antes que o problema tome dimensões alarmantes e torne-se caso de saúde pública (ou de polícia), a Associação marcou a questão como prioridade e lançou, no dia 20 de novembro, a “Campanha do Lixo”. Composta por um conjunto de atividades que visam não só conscientizar a comunidade sobre a problemática, mas também promover ações concretas que possam, de maneira definitiva, resolver a questão.
Na linha de frente, a Associação lidera um plano que envolve publicidade e infra-esrutura. Outdoors e placas colocados em pontos estratégicos lembrarm à comunidade os dias, horários e locais corretos de recolhimento do lixo. Também está mobilizando entidades públicas e privadas na busca de recursos para comprar novos e recuperar os contâiners e cestos de lixo já existentes, adequando-os ao volume de lixo produzido pela comunidade, que cresceu muito nos últimos anos.
O plano de ação elaborado pela diretoria conta ainda com o apoio da Escola Classe de Casa Grande, do Posto de Saúde, EMATER, SLU, CAESB, ADASA, Administração Regio-nal do Recanto das Emas e do Gama, das igrejas Católica e Evangélica. Cada entidade tem um papel definido e importante no combate do lixo. 
Projeto de Longo Prazo - é claro que a questão não será resolvida do dia para a noite. Mas, já pensando à frente, foi dada especial atenção à Escola Classe local. O projeto de parceria pretende que as crianças e jovens aprendam, desde cedo, os cuidados que devem ser tomados com os resíduos produzidos pelo ser humano. Além disso, a estratégia e fazer com que os filhos levem o aprendizado aos pais e discutam em casa os benefícios da reciclagem e maneiras corretas de jogar fora o lixo produzido em casa.

Visando ainda uma maior interação foi realizado na escola o concurso entre os alunos para a escolha do “Mascote do Lixo”. Os alunos tiveram toda liberdade para criar e o desenho vencedor vai ser utilizado em toda a comunicação da Campanha.
Outra arma no combate à falta de cons-ciência coletiva é o engajamento das comu-nidades religiosas, con-vocadas a atuar com firmeza na divulgação da campanha e soluções. A Igreja de São Francisco, por meio de seu Comu-nicado da Pastoral e dos pronunciamentos do padre, pretende, sema-nalmente, atacar a questão. As Congrega-ções Evangélicas também serão parceiras no projeto e os pastores serão importantes divulgadores.

Saúde Pública - outra entidade envolvida no plano de ações é o Posto de Saúde, que ficou responsável por apresentar as questões relativas às doenças que podem surgir pelo acúmulo de lixo e ser transmitidas por animais que entrem em contato ou que encontrem no lixo um ambiente propício ao seu desenvolvimento. A hantavirose e a leptospirose estão entre as piores doenças, transmitidas, geralmente por roedores que encontram no lixo uma rica fonte de alimentos. Outro vetor muito conhecido é o mosquito da dengue, designação popular dada ao Aedes Aegypt. Com a chegada das chuvas, latas vazias, potes plásticos, garrafas e até uma simples tampinha podem abrigar água limpa e parada, suficiente para a procriação do inseto. O Brasil ainda enfrenta a chegada de um novo mosquito, o Aedes Albopictus, originário da Ásia e mais resistente, inclusive ao veneno utilizado atualmente.

Água, fonte de vida - a região de Casa Grande é rica em nascentes, de vital importância para o abastecimento e uso em atividades produtivas. Recentemente a ADASA realizou cam-panha de regularização e outorga das captações de água (poços e super-ficiais), elogiando a comunidade pelo compa-recimento expressivo, que demonstra a consciência e preocupação com este recurso natural. Agora, promete ser dura com a poluição de nascentes e poços, aplicando com rigor as penas para crimes ambientais que são de sua competência. Infeliz-mente, muitos mora-dores ainda acreditam que os riachos podem receber dejetos de toda natureza ou que não há mal em criar fossas sem o devido planejamento. Todas estas questões geram prejuízo ambiental, muitas vezes irreparável, e serão combatidas.

Reciclagem - a EMATER tem importante papel no plano da Associação. A intenção é que cursos sobre reciclagem e compostagem sejão promovidos ao longo de 2008, visando diminuir o desperdício, aumentar o índice de reaproveitamento do lixo e reduzir o volume final de resíduos. A reciclagem é uma saída para amenizar a quantidade de lixo produzida por cada pessoa. Ela já é empre-gada em muitas cidades do mundo desen-volvidos e subdesenvolvidos, consiste na separação (seleção) e recuperação dos diferentes tipos de materiais orgânicos e inorgânicos (vidros, papel, plástico, metal, etc.). A maior parte do que jogamos fora não é sujo: apenas torna-se sujo depois de misturado. Separando os materiais que podem ser reciclados, a quantidade de lixo a ser coletado é muito menor. Muitas cooperativas também utilizam a reciclagem como fonte de renda e inclusão social.

Poder público - no plano das ações, as administrações regionais do Recanto das Emas e do Gama tem papel fundamental, pois viabilizam a coleta do lixo e a limpeza periódica. O SLU, além de cumprir os dias e horários de coleta, vem realizando a limpeza da avenida principal, coletando pequenos resíduos e ensacando-os. Solicitações foram feitas no intuito de aumentar a freqüência da coleta, que poderá passar a ser diária.

Para finalizar, a Associação mantêm contato com as empresas que tem atividade em Casa Grande e proprietários de chácaras de eventos, dos quais espera que coloquem contâiners próprios, visto que geram uma quantidade maior de lixo. E, ainda, fica a expectativa que toda a população abrace a causa e lute de mão dadas, pois, sem união, não há como vencer esta guerra.

Ações Planejadas

• Comunicação
• Três outdoors em pontos estratégicos melhorando a comunicação das ações e campanhas da APNRCG.
• Placas com informações e motivação sobre a coleta do lixo: 
• na rua MA08, MA10, MA14. 
• na entrada de todas as ruas haverá uma placa com os dias e horários da coleta.
• Contêiners e cestos
• Novos Contêiners na MA10 e MA14
• Recuperação e readequação de contêiners (como o da escola) e cestos existentes.
• Distribuição de panfletos
• 1000 panfletos aos proprietários e caseiros
• 1000 panfletos para as crianças (será criado pela escola)
• Na escola
• desenvolvimento de atividades como gincanas e concursos para estimular a participação e a consciência. 
• SLU

• possibilidade de coletas diárias ao invés de 2ª, 4ª e 6ª -feira
• fiscalização e orientação, com multas para reincidentes
• limpeza geral com a partiucipação das duas administrações regionais.
• EMATER
• cursos de aproveitamento e reciclagem e destinação de embalagens tóxicas.
• CAESB e ADASA
• fiscalização do uso dos recursos hídricos e punição aos que poluem as nascentes, córregos e poços.
• Administrações Regionais (Gama e Recanto das Emas)
• auxiliar na limpeza geral e eaquisição de contêineres.
• Empresas localizadas em Casa Grande
• utilizar contêiner próprio e ajudar na aquisição

A escola de Casa Grande, construída pela Associação e pela comunidade, tem Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio e o EJA, mas sua parte física não acompanhou o crescimento da demanda. Há falta de salas de aula, de labo-ratórios de informática, de ciências e de espaço adequado à biblioteca. A Associação cedeu, por empréstimo, o prédio ao lado, mas a questão não foi totalmente resolvida, continuando gravíssima. Todos os anos muitos alunos ficam privados de estudar e as salas ficam ainda demasiadamente cheias, o que, pedagogicamente, é incorreto. Por estas razões a Associação persegue, há tempos, a construção de mais salas de aula e labora-tórios para que a escola acompanhe o desenvolvimento local e ofereça aos alunos uma educação de excelência.
Durante a gestão 2005/2007, Jairo Pinto, na época o presidente da Associação, levou a questão muito à sério. Sua persistência e perseverança teve finalmente um excelente retorno: no dia 8 de novembro, embora não sendo mais Presidente, mas Chefe de Gabi-nete do Administrador do Recanto das Emas, o Secretário de Educação, professor Dr. José Luiz Silva Valente, às 8 horas da manhã, veio ver, in loco, a situação da Escola. 
Foi recebido por todos os alunos do turno da manhã, seus professores, Direção da Escola, Dr. Alcides (Administrador do Recanto), Jairo, seu Chefe de Gabinete e alguns membros da Diretoria da Associação: prof. Aníbal, Da. Lia, Maria Rodrigues, Clis e Luciana. Ouviu as reivindicações e as palavras do Jairo, da profa. Solange, do prof. Aníbal, e do Dr. Alcides. Respondendo, Dr. Valente disse que ficou impressionado com o que viu e se comprometeu estudar com carinho e atenção nossas reivindicações, em especial a construção de mais salas e a reforma.
Tomou um café rápido, visitou todas as instalações da Escola e do CITI. Deixou-nos, antes das 9 horas, passando pela Igreja que não conhecida e levou para a reunião com o Governador nossas saudações e nossas reivindicações e boas impressões do Movimento Comunitário, Social, Ambiental, Esportivo e Religioso de Casa Grande. Temos certeza que o prof. Valente partiu realmente impressionado e emocionado com o que viu e ouviu. Esperamos, então, para breve, uma resposta positiva aos anseios da comunidade docente e discente de Casa Grande.